Nesta quarta-feira, 12 de setembro, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, participou de uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, onde reafirmou seu compromisso de não interferir nas decisões de outros Poderes. Ele destacou que a atuação da Procuradoria Geral da República (PGR) deve ser discreta e baseada na legalidade, não em busca de popularidade. Gonet enfatizou que a legitimidade do seu trabalho está na racionalidade jurídica e não na satisfação de maiorias momentâneas.
A decisão sobre a recondução de Gonet será tomada pela CCJ, que precisa recomendar sua aprovação ao plenário do Senado. Para que ele permaneça no cargo, são necessários 41 votos favoráveis. A expectativa é que Gonet seja aprovado, mas possivelmente com uma margem menor do que os 65 votos que recebeu em sua ascensão ao cargo em 2023, quando teve o apoio de parte da oposição bolsonarista e do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Atualmente, Gonet enfrenta críticas do bolsonarismo, principalmente devido a ações da PGR contra Bolsonaro relacionadas a um processo sobre tentativas de golpe, no qual o ex-presidente foi condenado a 27 anos de prisão. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou a recondução de Gonet pouco antes da sabatina, buscando fortalecer sua posição em meio a um momento tenso no cenário político. Além disso, a insatisfação com Gonet também se deve a uma denúncia contra Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes, que ganhou notoriedade entre apoiadores de Bolsonaro.
Para acompanhar as discussões e votações sobre a recondução de Gonet, é possível acessar o site do Senado e acompanhar as sessões ao vivo. O processo deve avançar nas próximas semanas, com a CCJ decidindo sobre a recomendação ao plenário.