Os advogados dos réus ligados ao núcleo militar da tentativa de golpe no final do governo Jair Bolsonaro se manifestaram no Supremo Tribunal Federal (STF) e argumentaram que a acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR) não conseguiu provar a participação de seus clientes na trama. Eles afirmaram que as evidências apresentadas são insuficientes para uma condenação e que muitos pontos relevantes foram ignorados, incluindo provas que poderiam absolver seus clientes. A Primeira Turma do STF ouviu os defensores de seis dos dez réus e continuará as sustentações orais dos outros quatro na manhã desta quarta-feira, 12.
Entre os réus, estão um policial federal e nove militares, a maioria com formação em forças especiais. O advogado Diogo Musy, que defende o general Estevam Theophilo, criticou a acusação, afirmando que ela se baseou em uma única mensagem de Mauro Cid, que, segundo ele, não é uma prova confiável. Cid teria afirmado que Theophilo era a favor do golpe, mas Musy defendeu que isso é uma distorção e que não há provas concretas de que Theophilo pretendia agir de forma ilegal.
Os defensores de outros réus também levantaram questões sobre a legitimidade das acusações. Por exemplo, o advogado Ruyter Barcelos contestou a alegação de que o coronel Bernardo Romão Correa Netto teria a capacidade de influenciar generais, argumentando que isso contraria a hierarquia militar. Além disso, outros advogados questionaram a falta de evidências concretas para as acusações e afirmaram que muitos dos documentos apresentados são apenas teorias e não planos reais de ação.
Para quem quer acompanhar o desenrolar do caso, as sessões do STF são transmitidas ao vivo pelo site do tribunal, e é possível acessar documentos relacionados ao processo no portal da PGR. A próxima etapa envolve a continuidade das sustentações orais, com a expectativa de que novas audiências públicas possam ser convocadas para discutir os desdobramentos do caso.