O Congresso Nacional está discutindo uma proposta para mudar o sistema eleitoral do Brasil, passando para um modelo distrital misto. Essa discussão ganhou força após uma grande operação contra o crime organizado no Rio de Janeiro. Os parlamentares que apoiam a mudança dizem que o novo sistema pode melhorar a conexão entre eleitores e representantes e ajudar a evitar a entrada de criminosos na política. No entanto, alguns membros do Legislativo acreditam que essa alteração não teria um impacto real sobre a presença de facções criminosas na política, e que o real objetivo do centrão é aumentar seu poder e diminuir a influência de candidatos independentes e influenciadores digitais.

No sistema atual, conhecido como proporcional, o eleitor vota em partidos ou candidatos, e os votos são contabilizados de forma que partidos maiores podem eleger mais representantes, mesmo que os candidatos individuais não tenham muitos votos. Isso pode fazer com que muitos eleitores não entendam como seus votos impactam a composição do Legislativo. Já o modelo distrital misto combina elementos dos sistemas proporcional e distrital, onde metade das cadeiras é preenchida por candidatos mais votados em distritos eleitorais, e a outra metade é definida por listas de partidos. Isso pode fortalecer os partidos, mas também dificultar a eleição de candidatos de siglas menores.

A proposta, que está sob análise na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, ainda precisa passar por várias etapas antes de ser aprovada. O presidente da Câmara, Hugo Motta, já designou o deputado Domingos Neto como relator do projeto. Se o texto for aprovado, ele ainda precisa ser revisado pelo Senado. Caso as duas casas concordem, o novo sistema só entraria em vigor nas eleições municipais de 2028 e nas gerais de 2030. Para acompanhar essa tramitação, os cidadãos podem acessar as sessões legislativas e acompanhar as atualizações nos canais oficiais do Congresso.