O ex-assessor presidencial Filipe Martins, que é réu no processo sobre a trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF), fez uma acusação contra o delegado da Polícia Federal, Fábio Shor. Martins afirma que Shor está usando o inquérito como uma forma de se defender de erros que já foram expostos em nível internacional. Em uma manifestação enviada ao ministro Alexandre de Moraes, os advogados de Martins, Ricardo Scheiffer Fernandes e Jeffrey Chiquini, criticaram o ofício do delegado, chamando-o de uma tentativa de reescrever a história para justificar a prisão de Martins, que ficou detido por seis meses no ano passado.
Os advogados destacam que a principal justificativa para a prisão foi o suposto risco de fuga de Martins, que teria deixado o Brasil com o ex-presidente Jair Bolsonaro em direção aos EUA no final de 2022. No entanto, Martins apresentou provas, como passagens aéreas, recibos de Uber e dados de geolocalização, que demonstram que ele não saiu do país. Além disso, em 10 de outubro, uma declaração do serviço de imigração americano (CBP) confirmou que os registros sobre a entrada de Martins na Flórida foram falsificados. A defesa também anexou documentos que atestam a ausência de saídas ou entradas internacionais de Martins na data mencionada.
A defesa criticou ainda a proposta de Shor de investigar advogados e jornalistas que discutem publicamente o caso, considerando essa ação uma violação da liberdade de expressão. Martins é acusado de ter contribuído para a criação da chamada “minuta do golpe”, mas nega todas as acusações. Além disso, a defesa pediu que as informações coletadas fossem enviadas à corregedoria da Polícia Federal para que se investigue a conduta do delegado. Para acompanhar as atualizações sobre o caso, os interessados podem acessar os documentos disponíveis no site do STF e acompanhar as sessões do tribunal.