Na última semana, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, enviou sua chefe de gabinete, Cristina Kusahara, para vistoriar a Penitenciária da Papuda, em Brasília. A visita ocorreu antes do julgamento de recursos do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros seis condenados por sua participação na tentativa de golpe de 2022. Cristina foi acompanhada pela juíza Leila Cury, da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, e passou por três locais diferentes dentro da unidade.

A vistoria se concentrou principalmente no PDF 1, que abriga presos em regime fechado e conta com quatro blocos, incluindo uma ala de segurança máxima. Durante a inspeção, foram mostradas áreas destinadas à reintegração social e atividades previstas pela Lei de Execuções Penais. Um policial penal informou que a visita mobilizou todos os blocos do PDF 1, destacando as condições de segurança e as salas preparadas para prisões especiais. Apesar disso, Cristina não se posicionou sobre quem poderia ser encarcerado após as condenações.

A visita gerou preocupação no Governo do Distrito Federal sobre a possibilidade de Bolsonaro ser enviado à Papuda após o processo, que deve ser concluído ainda este ano. O secretário de Administração Penitenciária de Brasília, Wenderson Souza e Teles, enviou um ofício a Moraes pedindo que Bolsonaro passe por uma avaliação médica antes da prisão definitiva, considerando suas cirurgias recentes no abdômen.

A decisão sobre o local de detenção de Bolsonaro e dos outros condenados será anunciada apenas após o STF julgar todos os recursos. O ex-presidente foi condenado a 27 anos e três meses de prisão, sendo o primeiro na história do Brasil a ser punido por golpe de Estado. As opções para sua detenção incluem a Papuda, a Superintendência da Polícia Federal ou prisão domiciliar. A defesa de Bolsonaro não comenta onde ele ficará, mas está preparada com relatórios médicos para solicitar a prisão domiciliar.