Hoje, dia 3, o presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, se apresentou na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Durante seu depoimento, ele refutou as acusações de que a entidade seria “fantasma”. A CBPA está sendo investigada pela Polícia Federal na Operação Sem Desconto, que apura descontos irregulares aplicados em benefícios do INSS entre 2019 e 2024.

Abraão Lincoln explicou que a CBPA começou com 12 federações e agora conta com 21, abrangendo mais de 1.000 colônias e sindicatos de pescadores em quase todos os estados brasileiros. No entanto, um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) afirma que a sede da CBPA é uma “pequena sala comercial” com apenas uma secretária, sem a infraestrutura necessária para atender seus 360.632 associados. O requerimento que convocou Abraão menciona desvios de R$ 221,8 milhões de benefícios de aposentados e pensionistas, levando o Judiciário a bloquear os bens dele e da confederação.

O relator da CPMI, Alfredo Gaspar (União-AL), questionou Abraão sobre o aumento significativo de cadastros da CBPA no INSS, que saltaram de quatro em maio para 196 mil em julho. Gaspar criticou essa evolução, considerando-a um “case” de sucesso, mas lembrou que muitos aposentados alegaram não ter autorizado os descontos. Diante do silêncio de Abraão em várias perguntas, a CPMI suspendeu temporariamente os trabalhos para que os advogados chegassem a um consenso.

Para acompanhar os desdobramentos da CPMI, é possível acessar os canais oficiais do Congresso e ficar de olho nas atualizações sobre as audiências e investigações em andamento.