Nesta segunda-feira (27), a defesa do ex-ministro Walter Braga Netto apresentou ao STF (Supremo Tribunal Federal) uma contestação pedindo a anulação do processo que resultou na condenação dos envolvidos na tentativa de golpe. Segundo os advogados, a decisão apresenta “vícios, contradições e omissões”, especialmente em relação à suspeição do relator, ministro Alexandre de Moraes. Eles argumentam que a forma como as provas foram enviadas e analisadas prejudicou a defesa, além de questionarem a participação em interrogatórios.
Os defensores de Braga Netto também destacaram que, desde o início do processo, levantaram dúvidas sobre a imparcialidade de Moraes. Eles afirmaram que a postura do relator durante a oitiva de testemunhas, como Waldo Manuel de Oliveira Aires, foi inadequada, com questionamentos que não constavam nos autos. Além disso, a defesa tem se empenhado em desqualificar a delação do tenente-coronel Mauro Cid, alegando que ele foi pressionado a depor. Essa narrativa foi reforçada por uma matéria da revista Veja, que trouxe à tona mensagens de um perfil que supostamente pertence a Cid.
A condenação de Jair Bolsonaro (PL) em 11 de setembro, que resultou em 27 anos e 3 meses de prisão, é um marco na história brasileira, sendo a primeira vez que um ex-presidente é punido por tentativa de golpe. Braga Netto também recebeu uma pena de 26 anos. A Procuradoria Geral da República apontou que ambos lideraram uma organização criminosa, e a Polícia Federal investiga reuniões em que planos violentos teriam sido discutidos.
Para acompanhar os desdobramentos desse caso, é possível acessar as sessões do STF através do site oficial do órgão e acompanhar as publicações e documentos relacionados ao processo. A tramitação deve continuar com a análise dos recursos apresentados e possíveis audiências públicas.