No último sábado, a Catedral da Sé em São Paulo foi palco de um ato em homenagem ao jornalista Vladimir Herzog, que foi assassinado há 50 anos pela ditadura militar. O evento, que começou por volta das 19h, reuniu familiares de vítimas, religiosos, artistas e políticos, todos com discursos em defesa da democracia e dos direitos humanos. Entre os presentes estava o vice-presidente Geraldo Alckmin, que representou o presidente Lula, e outros políticos como o ministro da Agricultura, Paulo Teixeira, e o ex-ministro José Dirceu.

A cerimônia, organizada pelo Instituto Vladimir Herzog e pela Comissão Arns, começou com uma apresentação do Coro Luther King, enquanto o público, em sua maioria vestido de branco e segurando flores brancas, prestou homenagem às vítimas da ditadura com um momento de silêncio. Cartazes com fotos de desaparecidos e mensagens como “onde estão os nossos desaparecidos” foram levantados pelos participantes. A canção “O Bêbado e o Equilibrista”, de João Bosco e Aldir Blanc, conhecida como um hino da redemocratização, também foi entoada, evocando as memórias de Herzog e sua luta por justiça.

O ato foi marcado por uma reflexão sobre a Lei da Anistia de 1979, que, segundo a presidente do Superior Tribunal Militar, Maria Elizabeth Rocha, é inconstitucional. Em declarações, ela enfatizou que crimes de lesa humanidade não devem ser perdoados e que a memória das vítimas deve ser sempre lembrada. Essa discussão se intensifica, já que há uma ação parada no STF desde 2014 sobre a revisão dessa lei, o que gera críticas entre familiares de vítimas.

Para quem deseja acompanhar mais sobre o tema, as sessões do STF e outros canais de denúncia podem ser acessados online. Além disso, é importante ficar atento à agenda de votação e possíveis audiências públicas sobre a revisão da Lei da Anistia. A mobilização continua, e a luta por justiça e memória se faz cada vez mais necessária.