A audiência que pode decidir pela extradição da deputada Carla Zambelli (PL-SP) deve acontecer até o início de dezembro na Itália, embora a data exata ainda não tenha sido definida pela Corte de Apelação de Roma. A contagem para a definição começou após o parecer do Ministério Público, que foi apresentado ao tribunal na última quarta-feira (22). Nesse documento, o Ministério Público se mostrou a favor da extradição de Zambelli para o Brasil, argumentando que todos os requisitos legais estão atendidos e que não há motivos que impeçam a medida.
O advogado de Zambelli, Pieremilio Sammarco, está preparando sua defesa e já adiantou que pretende alegar que a deputada é alvo de perseguição política. Ele destacou que, para evitar a extradição, irá questionar a imparcialidade do processo, mencionando que a suposta vítima do crime, o ministro do STF Alexandre de Moraes, também foi quem decidiu sobre a condenação e a execução da sentença. O Ministério Público italiano cita duas condenações de Zambelli: uma de dez anos pela invasão do sistema do CNJ e a emissão de um mandado falso de prisão, e outra de cinco anos por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal. Ambas as condenações fazem parte do mesmo processo de extradição.
Na audiência, o representante do Ministério Público será o primeiro a se manifestar, seguido pelo representante do Brasil e pela defesa de Zambelli, que poderá se pronunciar, caso queira. A decisão final caberá aos juízes da corte, mas a defesa terá a opção de recorrer. O governo italiano, por meio do Ministério da Justiça, terá a palavra final sobre a extradição. Desde sua prisão na Itália, em julho, Zambelli enfrentou duas decisões desfavoráveis, sendo que a Corte de Apelação negou pedidos para que ela aguardasse o processo em liberdade, considerando o risco de fuga.