Na última segunda-feira (20), o presidente Lula (PT) anunciou a nomeação de Guilherme Boulos (PSOL) como novo chefe da Secretaria-Geral da Presidência, após meses de negociações. Desde março, quando surgiu a possibilidade de Boulos assumir um ministério, ele passou de um deputado menos conhecido a um articulador ativo em manifestações que reuniram grandes multidões. Um exemplo foi a convocação da Frente Povo Sem Medo, que mobilizou cerca de 15 mil pessoas na Avenida Paulista em julho, em defesa de políticas do governo, como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e protestando contra a alta de tarifas nos EUA.
A presença de Boulos se destacou em outros atos, incluindo um em setembro, que atraiu 42,4 mil pessoas, número comparável aos protestos bolsonaristas do 7 de setembro. Durante essas manifestações, Boulos foi um dos oradores mais aclamados, defendendo a “retomada das ruas” pela esquerda. O convite de Lula, além de ser uma oportunidade para Boulos, veio com a condição de que ele não se candidate em 2026 e concentre esforços na reeleição do presidente. Mesmo com a pressão, aliados de Boulos afirmam que ele não deve trocar o PSOL pelo PT.
Boulos, que já foi deputado federal, decidiu aceitar o convite de Lula depois de enfrentar duas derrotas na corrida pela Prefeitura de São Paulo. Ele obteve 40,6% dos votos válidos nas duas eleições, mas passou a avaliação de que sua estratégia de campanha não foi a melhor. No PSOL, acredita-se que a deputada Erika Hilton será uma boa representante para o partido na Câmara. Boulos, que começou sua trajetória política no Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), deverá usar sua nova função para reaproximar o governo de movimentos sociais. Para acompanhar as atividades do governo e do Congresso, é possível acessar as páginas oficiais e redes sociais das instituições.