Recentemente, o presidente Lula começou a demitir integrantes do centrão que ocupavam cargos no governo. Essas demissões atingem pessoas indicadas por partidos de direita, que têm votado contra o governo no Congresso e se preparam para apoiar Tarcísio na eleição do próximo ano. Essa situação se assemelha a ter ministros de um partido de esquerda trabalhando para a candidatura de um adversário durante o governo anterior, o que, evidentemente, não poderia continuar.

A disputa também se intensifica em relação a quem terá recursos para gastar nas campanhas de 2026. Enquanto a direita no Congresso tentava facilitar gastos para Jair Bolsonaro durante a última eleição, agora busca deixar Lula sem dinheiro, o que poderia forçá-lo a cortar gastos sociais. A recente derrubada da Medida Provisória 1303, que ajudava a equilibrar as contas, ilustra essa estratégia. Os partidos que apoiam Tarcísio, por sua vez, utilizam cargos no governo federal para fortalecer suas bases eleitorais.

A pergunta que surge é por que Lula não tomou essa iniciativa antes. Um dos motivos é a necessidade de manter uma base de apoio, mesmo que frágil, para garantir a governabilidade. No entanto, a derrota da MP 1303 levantou suspeitas sobre a lealdade desses aliados. Com a baixa popularidade de Lula no início do ano, suas promessas de cargos tinham validade curta, mas a situação mudou com a recuperação nas pesquisas. Agora, as negociações podem oferecer cargos por um período maior, aumentando seu poder de barganha.

Para quem quiser acompanhar as movimentações no Congresso, é possível acessar as sessões pela internet, além de canais oficiais para denúncias e informações sobre documentos. As próximas semanas devem ser marcadas por discussões sobre a tramitação de novos projetos e possíveis audiências públicas, que devem impactar a estratégia política do governo.