Na quarta-feira (15), o clima esquentou no Supremo Tribunal Federal (STF) durante um julgamento sobre o destino dos valores obtidos em condenações de ações na Justiça do Trabalho. O ministro Gilmar Mendes aproveitou a oportunidade para criticar a Lava Jato, citando mensagens entre procuradores e acusando-os de má conduta. O ministro Luiz Fux, que havia discutido com Gilmar minutos antes, deixou o plenário e não voltou mais.

Gilmar destacou que, durante a Lava Jato, procuradores criaram um fundo bilionário com recursos recuperados da Petrobras, que deveria ser usado em projetos de cidadania e combate à corrupção. Ele afirmou que esse é um exemplo claro de desvio de recursos que deveriam ser utilizados para reparar danos causados por ações ilícitas. O voto de Gilmar durou cerca de 50 minutos, enquanto Fux se retirou logo no início das falas. Um membro da corte comentou, sob reserva, que a saída de Fux foi vista como um sinal de repúdio a Gilmar, aumentando a tensão na sessão de quinta-feira (16).

Uma hora antes do embate no plenário, Gilmar e Fux tiveram uma conversa acalorada em uma sala anexa ao STF. Gilmar provocou Fux sobre a suspensão de um julgamento que envolve Sergio Moro, que tenta reverter uma decisão que o tornou réu por calúnia. Fux pediu mais tempo para analisar o caso, enquanto Gilmar sugeriu que ele buscasse uma “terapia” para lidar com a Lava Jato. Os dois trocaram farpas sobre decisões passadas, com Gilmar criticando Fux por seus votos em casos destacados e Fux defendendo sua posição como necessária diante das circunstâncias.

Para quem quer acompanhar de perto o que rola no STF, as sessões são transmitidas ao vivo pelo canal oficial do tribunal no YouTube. Além disso, é possível acessar os documentos dos processos diretamente no site do STF e utilizar canais de denúncia em caso de irregularidades. Os próximos passos incluem a continuidade dos julgamentos e possíveis novas audiências sobre os temas debatidos.