A Polícia Federal está investigando um esquema de venda e vazamento de decisões no Superior Tribunal de Justiça (STJ), envolvendo servidores ainda não identificados. O caso faz parte da operação Sisamnes, que revelou indícios de que essas práticas se assemelham ao funcionamento de organizações criminosas. Atualmente, três servidores estão entre os principais alvos das investigações, que estão sob a relatoria do ministro Cristiano Zanin no Supremo Tribunal Federal (STF). Durante a operação, a PF encontrou evidências de que pessoas teriam compartilhado informações internas com o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, o centro das suspeitas.

Essas investigações sobre corrupção nas cortes têm chamado a atenção da cúpula do Judiciário, que discute medidas de punição mais severas para magistrados que utilizam seus cargos em benefício próprio. Em um movimento para combater esse problema, o ministro Edson Fachin, ao assumir a presidência do STF e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) no final de setembro, anunciou a criação de um órgão dedicado a identificar e prevenir riscos de corrupção e conflitos de interesse dentro dos tribunais.

Para quem quer se informar mais sobre o assunto, o programa “Café da Manhã”, disponível no Spotify, traz uma análise das investigações e os impactos que esses casos têm gerado. No episódio, os jornalistas Gabriela Mayer e Gustavo Simon conversam com o repórter José Marques, da Folha, que vem acompanhando o tema desde o início. O programa é publicado de segunda a sexta, no começo do dia, e é uma boa forma de se manter atualizado sobre os desdobramentos desse e de outros assuntos relevantes.

Os próximos passos da operação Sisamnes incluem a continuação das investigações para identificar todos os envolvidos e possíveis audiências públicas para discutir os resultados. A tramitação desse caso no STF e as medidas que poderão ser adotadas pelo CNJ também devem ser acompanhadas de perto, dado o impacto significativo que essas ações podem ter na credibilidade do Judiciário.