Na terça-feira (7), o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados deu início a processos que podem resultar na suspensão temporária do mandato de três deputados envolvidos em um protesto que paralisou o plenário no início de agosto. As representações têm como alvos Zé Trovão (PL-SC), Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Marcos Pollon (PL-MS), sendo que Pollon responde a duas acusações. Ele pode ser afastado por 90 dias, enquanto os outros dois enfrentam a possibilidade de suspensão por 30 dias, conforme recomendações da Corregedoria da Câmara.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu juntar três dos processos, sugerindo 30 dias de suspensão para cada um dos deputados, enquanto o caso de Pollon que prevê o afastamento de 90 dias seguirá seu caminho. Alguns deputados se manifestaram contra essa unificação e devem recorrer da decisão. Na mesma sessão, foi feita a escolha de uma lista tríplice de possíveis relatores para cada caso, com o presidente do Conselho, deputado Fabio Schiochet (União Brasil-SC), tendo a tarefa de escolher um relator dentre os sorteados. O prazo para a instrução dos processos é de 30 dias, e após isso, o plenário da Câmara deverá votar a favor ou contra a suspensão, que precisa de 257 votos para ser aprovada.
Além disso, nesta terça, o Conselho também ouviu testemunhas em um processo contra André Janones (Avante-MG). O presidente Motta optou por seguir o trâmite regular para os casos, que é mais demorado, ao invés de aplicar punições imediatas. A Corregedoria analisou 14 representações, mas apenas recomendou a suspensão para os três deputados. Em relação a Eduardo Bolsonaro (PL-SP), seu processo de cassação pode avançar ainda esta semana, enquanto a situação de Carla Zambelli (PL-SP) depende de documentos que estão sendo aguardados do STF. O relator do caso de Eduardo, deputado Marcelo Freitas (União Brasil-MG), deve apresentar seu parecer na quarta-feira (8).