O ministro Luiz Fux, do STF, votou nesta quarta-feira (10) a favor da absolvição de Jair Bolsonaro (PL) em todos os crimes relacionados à suposta trama golpista. Esse foi o primeiro voto divergente no julgamento até agora e ocorreu em meio a tensões com o relator do caso, Alexandre de Moraes. Até o momento, o placar está 2 a 1 pela condenação de Bolsonaro, e ainda faltam os votos de Cristiano Zanin e Cármen Lúcia. Se um deles decidir contra o ex-presidente, a maioria será formada e ele poderá ser condenado.

Fux argumentou que não ficou provado que Bolsonaro tenha realizado atos concretos que configurassem uma tentativa de golpe, como ações executórias. Ele destacou que críticas ao sistema eleitoral ou declarações sobre a necessidade de mudá-lo não devem ser vistas como tentativas de subversão. O ministro também votou pela condenação de outros réus envolvidos no caso, como o tenente-coronel Mauro Cid e o ex-ministro Walter Braga Netto, por ações que, segundo ele, caracterizariam uma tentativa de derrubar o Estado democrático de Direito. Ao todo, Fux pediu a condenação de várias figuras ligadas ao governo anterior, mas absolveu outros réus por crimes específicos.

Para quem está acompanhando o caso, as sessões do STF podem ser vistas ao vivo pelo canal oficial da Corte. Além disso, denúncias e documentos relacionados ao processo estão disponíveis no site do tribunal. A próxima etapa envolve a finalização dos votos e a definição das penas, que podem chegar a até 43 anos de prisão para Bolsonaro, dependendo das decisões de Cármen Lúcia e Zanin. A expectativa é que a Primeira Turma do STF se reúna novamente ainda esta semana para discutir essas questões.