O ministro Luiz Fux, do STF, se manifestou sobre o julgamento de Jair Bolsonaro, que enfrenta acusações de tentativa de golpe. Durante a votação, realizada no dia 10 de outubro, Fux votou pela absolvição do ex-presidente, argumentando que não havia provas suficientes para condená-lo. Com essa decisão, o placar ficou em 2 a 1 contra Bolsonaro, que teve os votos favoráveis dos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino.
Fux apontou que os atos do ex-presidente não se configuravam como crimes, mesmo ao discutir planos considerados golpistas com lideranças militares. Ele também rejeitou a ideia de que Bolsonaro poderia ser responsabilizado por ações violentas de terceiros e criticou a interpretação mais ampla que poderia abranger meras reclamações de derrotados nas eleições. Segundo ele, isso não deve ser visto como uma ameaça ao Estado democrático de Direito, destacando que o legislador não pretendia criminalizar desabafos comuns de políticos.
Especialistas em direito, como Juliana Izar Segalla e Diego Nunes, analisaram o voto de Fux. Segalla acredita que a abordagem do ministro minimiza a seriedade das acusações e a tentativa de golpe, enquanto Nunes critica a interpretação restritiva que não considera a possibilidade de autogolpe. Para ele, a minuta de golpe discutida entre os réus não pode ser desconsiderada como uma proposta de ameaça ao Estado.
Os próximos passos do processo ainda estão indefinidos, e o julgamento deve continuar com a análise de outros aspectos relacionados ao caso. Para quem deseja acompanhar essa tramitação, é possível acessar informações sobre as sessões do STF e documentos relevantes através do site do tribunal, além de canais de denúncia disponíveis para a população.