A Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu, por maioria, condenar o ex-ministro e general da reserva Walter Braga Netto por tentativa de abolição do Estado democrático de Direito. O julgamento aconteceu em um contexto relacionado aos ataques às sedes dos Poderes em 8 de janeiro de 2023. O voto do ministro Luiz Fux foi favorável à absolvição do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas ele também se manifestou contra as demais acusações feitas a Braga Netto.
Braga Netto foi identificado como parte central da denúncia, enfrentando acusações sérias como organização criminosa armada e tentativa de golpe de Estado. Fux destacou que o general, junto com outros envolvidos, teria planejado um ataque que visava a vida do relator Alexandre de Moraes. O ministro alertou que a morte de um integrante do STF poderia causar uma crise política severa no país. A expectativa agora está nos votos dos ministros Cristiano Zanin e Cármen Lúcia, que ainda podem condenar Braga Netto por outros crimes.
A Procuradoria Geral da República (PGR) apontou Braga Netto como um dos líderes da organização criminosa ao lado de Bolsonaro, e a PF mencionou uma reunião em sua casa onde se discutiu um plano de assassinato envolvendo figuras políticas importantes. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, também está sendo acusado e revelou que recebeu dinheiro de Braga Netto para um outro membro do grupo. A defesa de Braga Netto, liderada pelo advogado José Luis Oliveira Lima, questionou a validade das provas apresentadas.
Braga Netto, que foi vice na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022, é o único do grupo central da trama que está preso preventivamente. Ele já foi um dos generais mais destacados do Exército e ocupou cargos importantes durante os governos de Bolsonaro e Michel Temer. Para acompanhar o desenrolar do caso, o público pode acessar informações no site do STF, onde documentos e atualizações sobre o julgamento estão disponíveis.