Isabela, uma jovem de 16 anos que jogava nas categorias de base do São Paulo, decidiu deixar o sonho de ser jogadora de futebol devido a problemas sérios de saúde mental. Ela enfrentou dois anos de humilhações e pressão psicológica sob a orientação do técnico Vinícius de Oliveira Santos, que atuava na categoria sub-15. Segundo o laudo da psicóloga contratada pela família, a situação a levou a desenvolver transtorno de ansiedade e crises de pânico, prejudicando seu desempenho e bem-estar no esporte.
O comportamento do treinador era marcado por gritos e deboches, o que afetou não só Isabela, mas também suas colegas de time. A jovem relatou que, após os treinos, frequentemente se sentia ansiosa e chorava, temendo as cobranças excessivas. Sua mãe acompanhava as atividades e confirmou que o técnico não oferecia suporte, mesmo em situações que exigiam compreensão. Em um episódio, mesmo após sofrer uma queda e machucar-se, Isabela foi obrigada a continuar os treinos. Para a família, isso ultrapassou os limites da exigência esportiva e se configurou como assédio moral.
Após a decisão de Isabela de se afastar do futebol, seus pais denunciariam a situação ao Ministério Público de São Paulo. O advogado da família, Adriano Cesar Braz Caldeira, afirmou que aguardam um retorno sobre a ação. O São Paulo, por sua vez, comunicou que realizou uma apuração interna e que adotou medidas para garantir um ambiente saudável para todos. No entanto, o clube não comentou sobre possíveis punições ao treinador. Em um acordo, o contrato de Isabela com o clube foi encerrado, e o São Paulo se comprometeu a não ter mais contato com a atleta até que ela atinja a maioridade. A situação levanta questões importantes sobre a saúde mental no esporte e o tratamento das atletas nas categorias de base.