O julgamento do caso que envolve um suposto golpe no Brasil foi retomado nesta terça-feira (9) no Supremo Tribunal Federal (STF). O relator Alexandre de Moraes e o ministro Flávio Dino defenderam a condenação de Jair Bolsonaro e outros sete réus. Durante quase cinco horas, Moraes argumentou que Bolsonaro teve um papel central em uma organização criminosa que operou de 2021 até os ataques de 8 de janeiro de 2023. Dino seguiu a linha de Moraes, mas fez algumas ressalvas sobre certos acusados. A continuidade do julgamento está marcada para quarta-feira (10), às 9h, quando os ministros Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin devem apresentar seus votos.

Moraes, ao iniciar seu voto, analisou os argumentos das defesas e rejeitou os pedidos de nulidade da delação de Mauro Cid, afirmando que as alegações de contradições nos depoimentos eram infundadas. Ele apresentou uma lista de 13 ações que, segundo ele, evidenciam a tentativa de golpe, incluindo o uso de recursos públicos para monitorar adversários e declarações de Bolsonaro que questionavam as urnas eletrônicas. O relator também mencionou um plano que incluía ações violentas contra figuras políticas. Para Moraes, não há dúvidas sobre a tentativa de desestabilizar o Estado democrático de direito.

Flávio Dino, ao votar, concordou com Moraes sobre a condenação da maioria dos réus, ressaltando que crimes contra a democracia não devem ser anistiados. No entanto, ele sugeriu que alguns réus poderiam ter suas penas atenuadas devido à menor participação nas ações criminosas. O resultado do julgamento ainda depende dos votos de outros ministros e deve se estender até a próxima sexta-feira (12). Para quem quiser acompanhar o processo, as sessões do STF estão disponíveis no site oficial do tribunal.