A boxeadora argelina Imane Khelif entrou com um recurso na Corte Arbitral do Esporte (CAS) contra uma decisão da World Boxing que a impede de competir em eventos até que ela se submeta a um teste genético de sexo. O assunto ganhou destaque nesta segunda-feira, 1º, e o objetivo de Khelif é anular essa decisão para conseguir participar do Campeonato Mundial de Boxe de 2025. No entanto, o CAS já informou que não aceitou o pedido da atleta para suspender a decisão enquanto o caso está em análise.
Khelif, que já foi medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris em 2024, está no centro de uma polêmica sobre gênero ao lado da boxeadora taiwanesa Lin Yu-ting. Ambas participaram da competição em 2021 sem problemas, mas foram barradas da Mundial de 2023 pela IBA (Associação Internacional de Boxe), que alegou que elas não atenderam aos critérios de elegibilidade de gênero. O Comitê Olímpico Internacional (COI) permitiu que elas competissem em Paris, afirmando que foram vítimas de uma decisão arbitrária da IBA. Importante ressaltar que Khelif e Lin não são mulheres transgênero; nasceram e cresceram como mulheres, conforme registrado em seus passaportes.
No final de setembro, a World Boxing anunciou que todas as mulheres interessadas em competir no Campeonato Mundial na Inglaterra precisam passar por testes de gênero. Enquanto Khelif recorre na justiça, Lin Yu-ting já concordou em se submeter aos testes. O treinador de Lin, Tseng Tzu-chiang, destacou que seguir as regras é essencial para competir. A nova política da World Boxing exige que esportistas com mais de 18 anos realizem um teste PCR para comprovar seu sexo de nascimento. Além disso, a organização será responsável pelas competições de boxe nos Jogos Olímpicos de Los Angeles em 2028, após receber reconhecimento provisório do COI.