Na primeira semana do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), as defesas dos réus envolvidos na trama golpista tentaram distanciar seus clientes de Jair Bolsonaro (PL) e desmerecer a delação premiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid. O relator do processo, ministro Alexandre de Moraes, deixou claro que o STF não cederá a pressões. Durante a sessão, o procurador-geral Paulo Gonet descreveu o ataque de 8 de Janeiro como uma “apogeu da violência” e pediu a condenação dos réus pelos cinco crimes listados na denúncia. As votações começam na próxima segunda-feira (9), com Moraes abrindo a rodada e outros ministros seguindo em sequência. Para que haja condenação ou absolvição, são necessários três votos em cada crime.
A defesa do tenente-coronel Mauro Cid negou que ele tenha sido coagido a delatar e destacou que, sem essa colaboração, fatos importantes, como reuniões de Bolsonaro com comandantes militares, não teriam vindo à tona. A defesa de Alexandre Ramagem pediu ao STF que desconsidere informações relacionadas à “Abin paralela”, alegando que a Procuradoria-Geral da República (PGR) cometeu um erro na interpretação dos registros. O advogado também solicitou que a corte amplie a decisão que suspendeu parte da tramitação da ação penal contra Ramagem.
Outras defesas, como a do ex-comandante da Marinha Almir Garnier, enfatizaram a liberdade de expressão, argumentando que não se pode criminalizar opiniões divergentes. Já a defesa de Bolsonaro afirmou que não há provas que o liguem aos eventos de 8 de Janeiro, qualificando a delação de Cid como viciada. Os próximos passos incluem a votação dos ministros e a continuidade do julgamento, que pode se estender por mais sessões, conforme a agenda do STF. Para acompanhar as sessões, o público pode acessar o site oficial do STF e as redes sociais da corte.