No último dia 18, a Justiça suspendeu a licença de instalação de um hotel de luxo que está sendo planejado em uma área de manguezal em Paraty (RJ). A decisão gerou críticas das comunidades tradicionais da região, que alegam que a participação de Marcelo Freixo, presidente da Embratur, em um almoço promovido pelo grupo Emiliano, contraria a determinação judicial. Segundo a coordenação do Fórum de Comunidades Tradicionais, essa atuação de Freixo se choca com a posição da Justiça Federal sobre o projeto.
A Embratur, por sua vez, afirmou que não tem poder para opinar sobre o licenciamento ambiental. A agência destacou que Freixo confirmou presença no evento, considerando a relevância do investimento na área turística que recebe muitos visitantes internacionais. A rede de hotéis Emiliano descreveu o almoço como um encontro pessoal, destinado ao diálogo com líderes locais e membros das comunidades de Funil e Paraty Mirim. Um convite que circulou entre os moradores mencionava um ambiente de convivência, mas o grupo Emiliano esclareceu que houve um erro em um convite anterior, que foi corrigido posteriormente.
O evento está agendado para o próximo sábado (6), na casa do CEO do Emiliano, Gustavo Filgueiras. Além da suspensão da licença, a Justiça exigiu que fosse realizada uma consulta prévia às comunidades que poderiam ser afetadas pelo projeto. Uma audiência de conciliação entre as partes está marcada para o início de outubro. O projeto contempla a construção de 67 cabanas de luxo em uma zona de manguezal que faz parte de uma área de proteção ambiental (APA) e é considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
Para quem quiser acompanhar as discussões sobre o projeto, as sessões do processo estão disponíveis nos canais oficiais, e denúncias podem ser feitas diretamente nas plataformas de órgãos ambientais. É importante ficar de olho na agenda de votação e nas audiências públicas relacionadas ao tema.