Nesta temporada de esportes de aventura no Brasil, que começou em abril e deve encerrar no final deste mês com a chegada das chuvas, a mídia tem noticiado uma série de acidentes graves e mortes em trilhas e montanhas. Embora as estatísticas não revelem a totalidade dos incidentes, já se reportou que muitos resgates foram necessários, com alguns resultando em ferimentos severos. Essa situação é um reflexo de uma mistura de desinformação, imprudência e uma busca incessante por imagens perfeitas para as redes sociais.

O problema não é exclusivo do Brasil. Segundo o Corpo Nacional de Socorro Alpino e Espeleológico da Itália, mais de 100 pessoas morreram nos Alpes desde 1° de junho, um aumento preocupante em comparação com os 466 óbitos registrados em todo o ano passado. O aquecimento global tem afetado as montanhas, tornando áreas antes seguras em locais arriscados, com pedras soltas e escorregadias. Além disso, o uso de informações geradas por inteligência artificial tem contribuído para a falta de precisão sobre as condições das trilhas, aumentando o risco para os aventureiros.

Especialistas e organizações, como a Abeta (Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura), têm se mobilizado para discutir formas de reduzir esses riscos. Na última quarta-feira, a Abeta iniciou seu encontro anual com foco em promover normas de segurança e capacitação de guias. Luiz Del Vigna, diretor-executivo da associação, destacou a importância de qualificação técnica e formalização das empresas que atuam nesse setor. O programa Aventura Segura, que já capacitou guias em 13 estados, é um exemplo desse esforço.

Para aqueles que desejam se aventurar, é essencial buscar informações sobre segurança e treinamento antes de sair. E se você está pensando em aproveitar as próximas trilhas, fique atento às orientações disponíveis e sempre esteja preparado.