Em um dia histórico lá em 1979, o Nottingham Forest foi palco de um momento marcante no futebol inglês. Naquele inverno, Trevor Francis, o primeiro jogador britânico a ser comprado por £ 1 milhão, chegou ao clube com o técnico Brian Clough. Durante sua apresentação, Francis falou sobre a pressão que a quantia poderia gerar em sua carreira, mas garantiu que em campo, isso não o afetaria. Meses depois, ele fez história ao marcar o gol da vitória na final da antiga Liga dos Campeões.
Avançando para os dias atuais, a janela de transferências na Europa fechou com um estrondo. O Liverpool quebrou o recorde ao contratar Alexander Isak, do Newcastle, por impressionantes £ 125 milhões, totalizando mais de £ 400 milhões em contratações neste período. No total, os clubes da Premier League gastaram £ 3,1 bilhões, um marco que mostra o quanto o futebol europeu está à frente do brasileiro, principalmente em termos econômicos. No entanto, essa disparidade também gera desconforto.
Os clubes ingleses se sentem à vontade para gastar tanto devido a um novo contrato de transmissão que traz muitos lucros. Seis times estarão na Champions e outros três em competições europeias, enquanto Manchester City e Chelsea embolsaram grandes quantias na Copa do Mundo de Clubes. O Liverpool, por exemplo, conseguiu equilibrar suas contas através de uma gestão eficiente e contratos de patrocínio vantajosos. No entanto, esses gastos também destacam o abismo entre a Premier League e outras ligas da Europa.
Com o aumento dos preços dos ingressos, muitos torcedores se sentem distantes de seus clubes, especialmente com a constante troca de jogadores. Enquanto o Liverpool se destaca pela sua gestão, essa disparidade financeira pode acabar prejudicando o espírito do esporte, já que a conexão entre torcedores e atletas vai se perdendo. O que se vê é que o sucesso financeiro pode, paradoxalmente, trazer desafios para o futuro do futebol.