Os partidos de centro e direita que dominam o Congresso Nacional estão discutindo uma mudança no sistema eleitoral, buscando implementar o chamado “distrital misto”. Essa proposta, defendida publicamente por representantes como o presidente da Câmara, Hugo Motta, e o relator Domingos Neto, visa, segundo eles, fortalecer a conexão entre eleitores e parlamentares e dificultar a entrada de criminosos na política. Motta e Neto destacam que essa medida é uma forma de aumentar a responsabilidade dos representantes políticos, especialmente após eventos como a recente operação contra o Comando Vermelho no Rio de Janeiro.
O projeto que está na mesa, o PL 9.212, foi criado por José Serra e aprovado no Senado em 2017, mas ficou parado na Câmara. Se a proposta for aprovada, a nova regra não será aplicada nas eleições de 2026, mas poderá valer a partir das eleições municipais de 2028, para cidades com mais de 200 mil habitantes, e nas eleições gerais de 2030. A ideia é que o novo modelo divida os estados em distritos eleitorais, com cada um elegendo um representante, enquanto a outra metade das cadeiras seria preenchida de acordo com os votos recebidos pelos partidos.
Para quem quer acompanhar essas discussões, as sessões da Câmara podem ser acompanhadas online, e os documentos relacionados ao projeto estão disponíveis no site oficial da Câmara dos Deputados. Além disso, a população pode se manifestar e denunciar através dos canais disponíveis na plataforma.
Os próximos passos envolvem a definição de uma data para a votação do projeto. Enquanto isso, o debate sobre a eficácia do distrital misto continua, com críticos apontando que a simples mudança no sistema eleitoral pode não ser suficiente para barrar a influência do crime organizado na política. A pressão por mais transparência e controle nas eleições deve continuar a ser discutida entre os representantes e a sociedade.