Os ministros Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiram na sexta-feira (7) aceitar a denúncia contra Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Moraes. A acusação, feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR), aponta que Tagliaferro vazou mensagens do gabinete do ministro para tentar obstruir investigações ligadas a atos golpistas. O julgamento, que acontece de forma virtual, ainda contará com os votos dos ministros Flávio Dino e Cármen Lúcia, enquanto Luiz Fux não participará e não votará. A expectativa é que todos os votos sejam depositados até 14 de novembro.

Durante o julgamento, Moraes, que é o relator do caso, defendeu que as evidências apresentadas pela PGR são suficientes para iniciar um processo penal. Ele citou que Tagliaferro demonstrou interesse em divulgar informações sigilosas como uma forma de intimidar o Supremo. A PGR acusa o ex-assessor de crimes como violação de sigilo funcional e obstrução de investigação. As mensagens vazadas, segundo a denúncia, ocorreram ao longo de 2022 e revelaram que Moraes usou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de maneira não convencional para abrir investigações.

Tagliaferro, que atualmente está na Itália, tem se envolvido em discussões com apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e prometeu fazer novas revelações sobre Moraes. A PGR ressalta que sua saída do Brasil está alinhada com uma suposta organização criminosa que promove atos antidemocráticos. Por outro lado, a defesa de Tagliaferro argumenta que a denúncia não apresenta provas concretas e contesta a acusação de coação.

Para acompanhar o andamento do caso, o público pode acessar o site do STF, onde são disponibilizados os documentos e as informações sobre as sessões. A tramitação seguirá com o recebimento dos votos e, caso a denúncia seja aceita, Tagliaferro se tornará réu e a investigação prosseguirá.