Na última sexta-feira (7), o Diário de Pernambuco, o jornal mais antigo em circulação no Brasil, celebrou seus 200 anos de fundação em uma cerimônia no Recife. Durante o evento, o Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP) abriu uma cápsula do tempo lacrada em 1925, que continha objetos representativos da história do veículo, como uma caneta e edições originais do jornal. O Diário, que começou como um veículo de anúncios, destacou sua primeira edição, publicada em quatro páginas na casa de seu fundador, Antonino José de Miranda Falcão.

O jornal passou por diversas mudanças ao longo dos anos e foi parte dos Diários Associados, de Assis Chateaubriand, se consolidando como uma referência na região Nordeste. Atualmente, é dirigido pelo empresário Carlos Frederico Vital. Durante a celebração, também foi lembrada uma famosa lenda urbana, a “perna cabeluda”, que ganhou notoriedade no jornal em 1975, após um repórter investigar relatos de ataques na Região Metropolitana do Recife. Em 2022, o acervo do Diário começou a ser restaurado e digitalizado pela Universidade Federal de Pernambuco, e as melhorias estão em andamento com a chegada de novos equipamentos.

Além disso, em janeiro deste ano, o jornal recebeu o título de Patrimônio Imaterial Histórico e Cultural do Recife, e a legislação federal o reconheceu como patrimônio cultural material do Brasil. No entanto, a comemoração não foi sem controvérsias; do lado de fora do evento, ex-funcionários protestaram contra atrasos em pagamentos de rescisões. O Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco e a Federação Nacional dos Jornalistas emitiram uma nota sobre a situação, mencionando que muitos jornalistas demitidos ainda não receberam suas verbas. A equipe de reportagem tentou contato com a diretoria do jornal, mas não obteve resposta.