No dia 30 de outubro, durante a 49ª reunião da Comissão de Educação e Cultura do Senado, o Projeto de Lei 4606/19 foi debatido. A sessão, presidida pela senadora Damares Alves (Republicanos), discutiu a proposta que visa proibir qualquer alteração nos textos da Bíblia Sagrada. O projeto, que já passou pela Câmara dos Deputados e pela Comissão de Direitos Humanos do Senado, foi apresentado pelo deputado federal Pastor Sargento Isidório (Avante). Se aprovado, o Congresso terá que criar uma comissão de especialistas para elaborar a tradução oficial da Bíblia no Brasil.

Durante a discussão, teólogos e especialistas em direito expressaram opiniões diversas. De acordo com Renato Gugliano, que representou a Igreja Universal do Reino de Deus na sessão, o projeto é considerado inconstitucional, pois propõe um controle do texto sagrado, o que contraria os princípios de laicidade e neutralidade religiosa do Estado brasileiro. Outros teólogos, com diferentes visões teológicas, também apontaram que a proposta é inviável do ponto de vista técnico, pois as várias traduções da Bíblia são baseadas em manuscritos que apresentam divergências.

Além disso, o PL 4606/19 busca silenciar debates sobre as interpretações bíblicas, especialmente em relação a questões sociais atuais. A polêmica gira em torno de traduções de termos que podem alterar a compreensão de passagens relevantes. Apesar do consenso entre os especialistas sobre a reprovação do projeto, uma consulta pública revelou que mais de 90% dos votos foram a favor da aprovação.

Para quem deseja acompanhar as discussões sobre o projeto, as sessões do Senado estão disponíveis online, e é possível acessar documentos oficiais no site do Senado. A tramitação do projeto seguirá sua agenda, podendo passar por audiências públicas e novas análises.