Na última quinta-feira (6), Onyx Lorenzoni, ex-ministro do Trabalho e Previdência Social no governo Jair Bolsonaro, depôs na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Durante seu depoimento, ele afirmou que as suspeitas sobre irregularidades nos descontos associativos não são novidade e datam de diferentes administrações desde 2010. Lorenzoni, que esteve à frente do ministério por oito meses entre 2021 e 2022, disse que já tinha conhecimento dos problemas antes de assumir a pasta, pois a imprensa vinha noticiando esses casos há anos.
Ele explicou que uma das primeiras iniciativas do governo Bolsonaro foi a criação da Medida Provisória (MP) 871, em 2019, que originou a Lei 13.846, com o objetivo de coibir fraudes em benefícios, incluindo descontos indevidos. A proposta inicial pedia a revalidação anual das autorizações para descontos, mas o Congresso alterou isso para um prazo de três anos. Lorenzoni também ressaltou que, enquanto ministro, não tinha conhecimento de filiações em massa ou desbloqueios de descontos e que o INSS é uma autarquia autônoma, fora do seu controle direto.
A CPMI está investigando as práticas de descontos associados e, antes de ouvir Lorenzoni, já havia aprovado pedidos para que o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, solicitasse prisões de cinco investigados ligados ao esquema. A comissão também planeja confrontar os dados apresentados por Lorenzoni com documentos e depoimentos de outros envolvidos. Para acompanhar as próximas etapas, é possível acessar atualizações sobre a CPMI e seus desdobramentos nos canais oficiais do governo e na imprensa.