Na última terça-feira (4), aconteceu no Rio de Janeiro o lançamento do livro “A Palavra e o Poder”, com um debate sobre a inclusão da população negra na democracia brasileira. Durante a conversa, a economista e advogada Elena Landau ressaltou que ainda faltam convites para diálogos com representantes de comunidades, como Preto Zezé, da Central Única das Favelas (Cufa), especialmente após a megaoperação que resultou em 121 mortes. Os debatedores, incluindo a cientista política Argelina Figueiredo e o sociólogo Muniz Sodré, discutiram sobre como a segurança pública é tratada no cenário eleitoral, destacando a sensação de abandono sentida por muitos nas favelas.
Os participantes concordaram que a recente operação no Rio, que muitos aprovaram segundo pesquisas, acabou gerando um uso político. Landau afirmou que, embora a falta de presença do Estado nas comunidades seja uma discussão importante, muitas vezes ela é usada para fins eleitorais. Durante o debate, Sodré trouxe à tona a realidade das famílias que vivem com o medo constante da violência, ressaltando que essas emoções não estão sempre presentes nas discussões teóricas.
O evento foi mediado pela jornalista Flavia Lima e contou com a presença de vários colunistas da Folha. A obra, que compila 40 artigos sobre os 40 anos de democracia no Brasil, busca diversificar o debate, trazendo a participação de mulheres e pessoas negras e indígenas. Os debatedores também refletiram sobre o cenário político atual, com a proximidade das eleições de 2026, e as possíveis comparações com a disputa de 1989.
Para quem se interessa em acompanhar mais sobre o tema, é possível conferir as sessões e debates do livro nas redes sociais e no site da editora. Além disso, o livro já foi lançado em São Paulo e Brasília, com eventos programados em Belém e Lisboa nos próximos dias.