Na terça-feira (4), a presidente do Superior Tribunal Militar (STM), Maria Elizabeth Rocha, se manifestou sobre críticas que recebeu de um colega, o ministro Carlos Augusto Amaral Oliveira, por conta de seu pedido de desculpas a vítimas da ditadura militar. Oliveira, que é major-brigadeiro da Aeronáutica, havia insinuado que Elizabeth precisava estudar mais sobre a história do tribunal antes de opinar sobre o período militar. Em sua resposta, Elizabeth afirmou que não aceitaria desrespeito, destacando que tal tom misógino não é aceitável, independentemente da divergência de ideias.
O bate-boca entre os ministros se intensificou após Elizabeth fazer um discurso em um evento ecumênico em memória do jornalista Vladimir Herzog, que foi assassinado durante a ditadura. Ela pediu perdão em nome da Justiça Militar da União a todos que sofreram por lutar pela liberdade no Brasil. Apesar de sua fala ter sido aplaudida pela plateia, Oliveira rebateu, afirmando que não havia autorizado Elizabeth a falar em seu nome e que suas críticas eram compartilhadas por outros colegas do tribunal. Ele ainda sugeriu uma reunião fechada para resolver a controvérsia.
Elizabeth ressaltou que seu pedido de desculpas foi pessoal e não representa todos os membros do STM. Ela também destacou a importância de sua posição como a primeira mulher a presidir o tribunal em 217 anos, o que, segundo ela, representa uma mudança significativa em uma instituição historicamente dominada por homens. A situação segue em aberto, com a possibilidade de novas discussões entre os ministros sobre o tema. Para acompanhar as sessões do STM e outras informações sobre o tribunal, o público pode acessar o site oficial e as redes sociais da instituição.