No dia 25 de outubro de 1975, o jornalista Vladimir Herzog foi encontrado morto nas dependências do DOI-Codi em São Paulo, um caso emblemático da repressão durante a ditadura militar no Brasil. Segundo dados da Comissão Nacional da Verdade, pelo menos 113 pessoas morreram ou desapareceram sob custódia do regime entre 1964 e 1985, em locais como quartéis e delegacias. O levantamento inclui casos em que as vítimas foram mantidas em locais não oficiais, como a Fazenda 31 de Março e a Casa de Itapevi, onde militantes do PCB eram sequestrados.
A maior parte dos registros de mortes e desaparecimentos ocorreu na região Sudeste, com 198 casos, mas eventos desse tipo também se espalharam por outras partes do Brasil. O DOI-Codi de São Paulo, onde Herzog perdeu a vida, é considerado um dos locais mais letais, com pelo menos 50 mortes relacionadas. Embora a versão oficial tenha apontado suicídio, o uso desse método como encobrimento era comum, como evidenciado em outros casos de militantes. Historicamente, a repressão usou a transferência de presos entre diferentes unidades para perpetuar as torturas.
Para quem deseja acompanhar a discussão sobre esses eventos, é possível acessar documentos e registros de sessões pela internet, além de canais de denúncia e contato com órgãos responsáveis pela investigação de violações de direitos humanos. A tramitação de casos relacionados à ditadura ainda está em andamento, com audiências públicas e revisões de processos, mas a falta de colaboração das Forças Armadas continua a ser um desafio significativo. A luta por justiça e pela revisão da Lei da Anistia de 1979 segue como um tema central nas discussões atuais sobre a memória e a verdade histórica no Brasil.