Recentemente, uma discussão importante sobre o acesso a empregos de qualidade tomou conta do cenário em Goiás. Com a taxa de desocupação no menor nível desde 2012, agora é hora de focar em como as melhores vagas estão sendo disputadas. De acordo com o colunista Michael França, as dificuldades começam antes mesmo de se apresentar um currículo, especialmente para pessoas pretas, que enfrentam barreiras na circulação de informações e indicações.

Os contatos e redes sociais desempenham um papel fundamental nesse processo. Esses grupos, que se formam em escolas, faculdades, bairros e até na internet, são onde as oportunidades surgem. Quando essas redes são homogêneas, as informações sobre vagas ficam concentradas, o que limita o acesso. Além disso, a competição entre os membros desses grupos pode dificultar a divulgação de vagas, especialmente quando se trata de posições valorizadas.

Um estudo recente analisou como essas dinâmicas afetam a busca por emprego. Os pesquisadores criaram vagas com diferentes características e observaram como a informação sobre elas circulava nas redes. Descobriu-se que, quando uma vaga era percebida como “não rival”, ou seja, onde não havia concorrência direta, a informação se espalhava mais, atraindo candidatos mais qualificados. Já em situações de rivalidade, o compartilhamento diminuía, levando a uma queda na qualidade das candidaturas.

Para quem busca oportunidades, é importante estar atento a como as informações são compartilhadas. Canais impessoais e critérios claros para as contratações podem ajudar a melhorar a diversidade e a qualidade dos candidatos. Portanto, as empresas devem repensar suas estratégias de divulgação e considerar que a simples oferta de salários altos não é suficiente se a informação não circular amplamente.