As investigações da Polícia Federal na operação Sisamnes estão avançando com foco em dados de celulares de um empresário e um lobista, no intuito de apurar possíveis vendas de decisões e vazamentos em gabinetes do Superior Tribunal de Justiça (STJ). No início de outubro, a PF divulgou um relatório preliminar que resume as linhas de investigação até agora, com a primeira fase da operação completando um ano em novembro. Até o momento, não há ministros sob investigação, e o inquérito está sob a supervisão do Supremo Tribunal Federal (STF), especificamente com Cristiano Zanin.
O empresário Haroldo Augusto Filho, da Fource, é uma das figuras centrais das apurações. A empresa, que deveria atuar no setor de recuperação judicial, é acusada de manipular processos judiciais. Segundo a PF, a Fource foi usada para burlar credores, e parte dos processos em questão interessava diretamente a Haroldo e seu sócio, Valdoir Slapak. A análise dos dados do celular de Haroldo pode fortalecer as provas já obtidas, que inicialmente vieram do aparelho de um advogado assassinado em 2023. A Fource se manifestou, alegando que o relatório da PF se baseia em suposições sem provas concretas.
Além disso, a nuvem do celular de Andreson de Oliveira Gonçalves, considerado um dos principais operadores do esquema, também está sendo investigada. Dados extraídos já revelaram contatos com servidores e magistrados suspeitos de envolvimento. O advogado de Andreson, Eugênio Pacelli, criticou a demora das investigações e a falta de evidências concretas que justifiquem a continuidade do inquérito no STF.
Para quem deseja acompanhar o andamento da operação, as sessões podem ser acompanhadas pelo site do STF, e denúncias podem ser feitas diretamente à PF. A investigação continua, com a expectativa de que novas análises e desdobramentos surjam nos próximos meses, podendo envolver outros indivíduos e empresas ligadas ao caso.