Recentemente, o jurista Fábio Konder Comparato comentou sobre a proposta de anistia para os envolvidos nos eventos de 8 de Janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele vê essa movimentação como uma tentativa de repetir a anistia de 1979, que buscou encerrar o regime militar sem punir seus responsáveis. Comparato, que já atuou em casos relacionados a direitos humanos, frisou que a atual proposta pode ser uma defesa da impunidade e, se aprovada, seria inconstitucional.
Em entrevista, Comparato destacou que crimes contra o Estado Democrático de Direito não podem ser perdoados. Ele citou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que condenou Bolsonaro, reforçando que uma nova anistia que abrangesse esses crimes violaria princípios fundamentais da nossa Constituição, especialmente os artigos 1º e 5º, inciso XLIV. O jurista mencionou que o ministro Gilmar Mendes também afirmou que tais crimes são insuscetíveis de perdão.
Para quem deseja acompanhar a discussão sobre a anistia, é possível acessar sessões do STF online e verificar documentos relacionados ao tema. Além disso, canais de denúncia e informações oficiais estão disponíveis no site do tribunal. As próximas etapas envolvem a tramitação de projetos no Congresso, que podem incluir audiências públicas e debates sobre a constitucionalidade da proposta.
Diante da atual composição do STF, Comparato acredita que é improvável que a corte aceite uma eventual supressão das liberdades públicas, o que sugere um cenário de vigilância e debate contínuo sobre a manutenção dos direitos democráticos no Brasil.