O tenente-coronel Mauro Cid, que teve suas condenações mais severas pelo STF anuladas no caso da trama golpista, agora está pensando no que fazer da vida fora do Exército. Entre as opções, ele e sua família estão cogitando uma mudança para os Estados Unidos, onde seu irmão e sua filha mais velha já vivem na Califórnia. Além disso, Cid considera a possibilidade de se preparar para dar aulas e oferecer consultoria sobre Forças Armadas. Ele, que completaria 30 anos de serviço no próximo ano, admite não ter experiência fora da caserna e se sente perdido sobre quais caminhos seguir.

Atualmente, Cid ainda precisa resolver algumas pendências judiciais e administrativas antes de decidir seu futuro. Ele foi condenado a dois anos de prisão em regime aberto, mas sua defesa argumenta que ele já cumpriu tempo suficiente, somando dois anos e quatro meses de restrições impostas pelo Supremo, incluindo prisões preventivas. Na última sexta-feira (12), os advogados de Cid solicitaram ao ministro Alexandre de Moraes a extinção da pena, afirmando que o tempo de cumprimento já é superior à condenação. Eles também pediram a retirada da tornozeleira eletrônica e a devolução de bens apreendidos.

Do lado do Exército, Cid protocolou um pedido de cota compulsória em agosto, que lhe permitiria ir para a reserva antes do tempo mínimo legal, recebendo uma aposentadoria proporcional. Atualmente, ele tem 29 anos e seis meses de serviço, e seu salário é de R$ 28 mil. O pedido não é automático e precisa ser analisado por uma comissão do Exército. Se aprovado, Cid poderia receber benefícios como uma ajuda de custo equivalente a oito salários. Contudo, sua decisão sobre o futuro só será clara após resolver essas questões. Enquanto isso, outros condenados no mesmo processo enfrentam penas que variam de 16 a 27 anos.