Na última quarta-feira (10), o ministro Luiz Fux iniciou seu voto no julgamento do caso relacionado à tentativa de golpe em Brasília. Durante sua fala, Fux apresentou diversos contrapontos às argumentações do relator Alexandre de Moraes, que já havia votado pela condenação dos oito réus envolvidos, incluindo Jair Bolsonaro. Fux destacou que a função do Supremo Tribunal Federal (STF) não é fazer um juízo político, mas sim determinar o que é constitucional ou não. Ele defendeu que os magistrados devem agir com firmeza e humildade, condenando quando há certeza e absolvendo quando há dúvidas.

Fux criticou a competência do STF para julgar o caso, afirmando que não se está lidando com pessoas que têm foro especial. Ele ressaltou que, dos réus, apenas Alexandre Ramagem, deputado federal, possui essa prerrogativa. O ministro argumentou que, como os denunciados já não ocupam mais seus cargos, todos os atos processuais deveriam ser considerados nulos. Essa posição já tinha sido defendida por Fux em outros momentos desde 2023 e, muitas vezes, ele se encontra em uma posição isolada entre os colegas.

Além disso, Fux apoiou duas teses dos advogados dos réus: a de que processos dessa magnitude devem ser analisados por todos os 11 ministros do STF, e não apenas por um grupo menor, e a de que as defesas enfrentaram obstáculos significativos. Ele comparou o tempo de julgamento do caso atual com o do mensalão, ressaltando que, enquanto o mensalão levou anos para ser julgado, o ritmo atual poderia prejudicar a defesa. Fux, apesar de críticas anteriores, também se mostrou de acordo com Moraes e Dino em relação à validade da delação de Mauro Cid, que é central para o processo.

Para quem quer acompanhar o desenrolar desse caso, é possível acessar as sessões do STF pelo site oficial e verificar documentos e informações relevantes. Além disso, canais de denúncia e contato com a corte estão disponíveis para a população. Os próximos passos incluem a continuidade da tramitação do processo e possíveis audiências públicas, que podem ser acompanhadas por quem se interessa pela política em Goiás.