Na terça-feira (9), o ministro do STF, Alexandre de Moraes, apresentou seu voto no julgamento de casos relacionados ao 8 de Janeiro, onde réus, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, podem ser condenados por atos de uma organização criminosa. Moraes, como relator, classificou 13 ações como “executórias”, o que, segundo ele, mostra que esses atos estavam imbuídos de violência e ameaças, mesmo antes da invasão dos Três Poderes. Essa interpretação gera debates entre especialistas, com alguns defendendo que o foco de Moraes ajuda a entender a trama como um todo, enquanto outros questionam a validade de considerar certas ações como executórias.
Segundo Moraes, a utilização de órgãos públicos para monitorar adversários políticos e deslegitimar as urnas foi um dos primeiros atos executórios do grupo. Além disso, ele citou as lives de Bolsonaro atacando a Justiça Eleitoral e a utilização da Polícia Rodoviária Federal para impedir o voto de eleitores. Para alguns advogados, essa abordagem visa destacar a continuidade das ações que culminaram na invasão, e a interpretação do ministro é vista como necessária para a compreensão do contexto.
As decisões finais sobre o julgamento devem ser conhecidas até sexta-feira (12), quando os outros ministros, como Luiz Fux e Cármen Lúcia, também devem votar. Para quem quer acompanhar o processo, as sessões estão disponíveis em canais oficiais do STF, e denúncias podem ser feitas através dos canais de comunicação da corte. A expectativa é que, dependendo do resultado, novas audiências públicas e discussões sobre a legislação relacionada a esses crimes sejam agendadas.