Um levantamento recente mostrou que dirigentes e administradores de partidos políticos, além de organizações patronais, sindicais, filantrópicas e religiosas, estão entre as profissões que mais receberam lucros e dividendos em 2023. Ao todo, 467 pessoas declararam uma renda média anual de R$ 812 mil oriunda dessas fontes. Embora esse montante represente 20% do rendimento líquido, a maior parte do dinheiro vem de aplicações financeiras e rendimentos isentos, o que diminui as chances de essas pessoas serem afetadas pela nova regra do imposto mínimo, que se aplica a quem tem renda predominante de dividendos. O levantamento foi realizado pelo economista Sergio Gobetti, por meio da iniciativa FiscalData, com dados da Receita Federal sobre as declarações do Imposto de Renda de 2024, referentes ao ano-base de 2023.
Dentre os 40 milhões de brasileiros que entregaram suas declarações, cerca de 6 milhões mencionaram ter recebido quase R$ 1 trilhão em lucros e dividendos. A maior parte, cerca de 97%, refere-se a dividendos, que são isentos de impostos, enquanto apenas 3% vêm de juros sobre capital próprio. Em termos de ocupações, os cantores e compositores também se destacam, com 1.366 pessoas declarando uma renda média de R$ 624 mil, onde 85% dos rendimentos vêm de dividendos. Profissionais como advogados e atletas também figuram entre os que têm dependência significativa dessas fontes de renda, com valores próximos a R$ 300 mil.
Para quem deseja acompanhar as discussões e decisões sobre esses temas, é possível acessar informações por meio dos sites oficiais da Receita Federal e de tribunais, além de canais de denúncia e informações sobre a tramitação de novas regras fiscais. As próximas etapas incluem audiências públicas e discussões sobre a aplicação das novas normas tributárias, que devem impactar diversos setores da economia.