O julgamento da trama golpista envolvendo figuras como os generais Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira chega à fase final na Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal). Na próxima sexta-feira (12), a turma deve definir o destino dos oito réus, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro, que também é o principal acusado. Segundo análises de ministros do Supremo e advogados, as acusações contra Heleno se mostraram menos consistentes em comparação com as que pesam sobre os outros réus. Já Paulo Sérgio, que recebeu testemunhos favoráveis, enfrenta críticas por sua atuação durante as eleições de 2022.

Heleno, que foi ministro do Gabinete de Segurança Institucional, é acusado pela PGR de ter ajudado a criar uma narrativa contrária às urnas eletrônicas. A principal evidência apresentada é um caderno apreendido pela Polícia Federal, que contém anotações do general. Para a defesa, essas provas são frágeis e não comprovam uma participação decisiva de Heleno na trama. O advogado Matheus Milanez destaca que as investigações não conseguiram determinar a data das anotações e não consideraram outros trechos que poderiam ser favoráveis ao ex-ministro. A defesa também critica a Polícia Federal por utilizar trechos descontextualizados.

Paulo Sérgio, por sua vez, alterou a estratégia de defesa ao longo do julgamento. Inicialmente, sua defesa não se aprofundou nas acusações, mas, com os depoimentos, buscou evidenciar que ele discordava dos planos golpistas de Bolsonaro, recebendo apoio de outros ex-comandantes. O advogado de Paulo Sérgio argumenta que ele se tornou alvo de ataques de bolsonaristas, o que, segundo ele, é uma prova de que o general não fazia parte da organização criminosa. A situação de Paulo Sérgio é complexa, já que ele também é acusado de agir em defesa das urnas eletrônicas, enquanto gerenciava a pressão de Bolsonaro por mudanças no sistema eleitoral.

Para acompanhar o desdobramento do julgamento, é possível acessar as sessões do STF pelo site oficial do tribunal. Além disso, quem quiser se informar sobre as denúncias e as defesas pode consultar os documentos disponíveis na plataforma do Supremo. A expectativa é que, após a decisão, novas audiências públicas ou ações de fiscalização sejam programadas, dependendo do desfecho do caso.