Na quarta-feira, 4 de outubro, o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, do Republicanos, foi afastado do cargo após uma operação da Polícia Federal que investiga desvios de recursos de emendas parlamentares, supostamente relacionados à compra de cestas básicas durante a pandemia de Covid-19. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou o afastamento, que ocorre na segunda fase da operação Fames-19. Os investigadores apontam que o governo se transformou em um “verdadeiro balcão de negócios”.

A operação revelou que os envolvidos no esquema, incluindo pessoas próximas ao governador, se mostravam despreocupados e até debochavam da situação. Conversas interceptadas pela PF indicam que questões financeiras estavam sendo tratadas de forma leviana. Em um diálogo, um suspeito fez referência ao governador como “guloso” em relação a recursos financeiros, enquanto outro mencionou “passar uma bênção”, supostamente se referindo ao pagamento de propina.

A investigação também revelou que Paulo César Lustosa Limeira, ex-marido da atual esposa do governador, estava no centro do esquema, agindo como intermediário em negociações de propina. Além disso, o filho de um assessor do governador é suspeito de ser o operador financeiro, realizando transferências bancárias e saques em dinheiro que seriam repassados aos envolvidos. As irregularidades, que ocorreram principalmente entre 2020 e 2021, incluem o pagamento de R$ 550 mil de propina relacionado a um contrato de fornecimento de frangos congelados, que não foi cumprido.

Para quem deseja acompanhar as investigações e os desdobramentos do caso, as sessões podem ser acompanhadas pelo site oficial da Assembleia Legislativa do Tocantins, onde também é possível acessar documentos e informações adicionais. Quanto aos próximos passos, a tramitação do caso segue com a análise das evidências coletadas e a possibilidade de novas audiências públicas para esclarecimentos.