Na última semana, o presidente Lula (PT) anunciou a indicação de Jorge Messias para ocupar uma vaga no STF, que ficou aberta após a aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso. A escolha de Messias, que é advogado-geral da União, foi vista como uma estratégia para contrabalançar a influência de um trio de ministros do Supremo que apoiavam o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que era o favorito de muitos senadores, incluindo o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Essa decisão ilustra os desafios enfrentados pelo governo nos seus quase três anos de mandato, especialmente em relação às relações entre os Três Poderes.

O Senado, em um recente voto apertado — o mais apertado desde a redemocratização — aprovou a recondução de Paulo Gonet à Procuradoria-Geral da República, reforçando a ideia de que o presidente quer ter o controle sobre essas nomeações. A escolha de Messias também reflete uma intenção de garantir segurança em decisões que afetem o governo, especialmente na área econômica, mesmo diante de pressões da sociedade civil por uma maior representatividade feminina no tribunal.

Messias não é um novato na política; ele tem uma história de colaboração com gestões petistas e, durante a transição de governo, começou a se destacar ao lidar com questões jurídicas e liderar a AGU em reações aos ataques de 8 de janeiro, buscando responsabilizar os envolvidos. A sua indicação, no entanto, ainda precisa passar por uma sabatina no Senado, um processo que pode ser mais complicado por não ser o candidato preferido da Casa. Se aprovado, ele terá que provar sua habilidade em navegar nas complexas relações entre os Poderes. Para acompanhar as sessões do Senado e outras informações sobre o processo, é possível acessar o site oficial do Senado e acompanhar as redes sociais das instituições.