Na última quinta-feira (20), o movimento Mulheres Negras Decidem se manifestou sobre a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para a vaga deixada por Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF). O grupo considera essa escolha uma oportunidade perdida pelo presidente Lula, já que, desde a redemocratização, o Brasil não indicou nenhuma mulher negra para essa corte. O movimento destaca que essa situação reflete um problema mais amplo, relacionado ao racismo estrutural presente no sistema de Justiça.
A nota do movimento ressalta que, ao optar por mais um homem branco, Lula ignora as demandas de organizações da sociedade civil que há anos pedem a inclusão de juristas negras no STF. Segundo o grupo, essa escolha não apenas perpetua a exclusão, mas também sugere uma visão que desconsidera a importância da independência do Judiciário. O movimento afirma que o STF deve ser um guardião da Constituição, e não apenas uma extensão do Executivo.
Além disso, o Mulheres Negras Decidem destaca que as decisões do STF têm um impacto direto na vida da população, especialmente em questões que afetam mulheres e negros. Eles apontam que temas cruciais, como justiça reprodutiva e igualdade salarial, continuam sem avanços significativos devido a uma visão limitada e excludente das leis. O movimento critica a ideia de que a indicação de mulheres para cargos temporários, como ministérios, pode compensar a ausência histórica de mulheres negras na Suprema Corte.
Por fim, o grupo afirma que continuará mobilizando esforços para garantir maior representatividade no Judiciário. Para quem deseja acompanhar mais sobre o assunto, é possível acessar as sessões do STF e consultar materiais disponíveis no site oficial da corte.