O deputado federal Ivan Valente, do PSOL de São Paulo, protocolou uma notícia-crime no Ministério Público de São Paulo. Ele se manifestou após um episódio que ocorreu na Escola Municipal de Ensino Infantil Antônio Bento, na zona oeste da capital paulista, onde policiais militares intimidaram profissionais da educação durante uma atividade sobre orixás. A situação começou quando as crianças, inspiradas pelo livro “Ciranda em Aruanda”, desenharam figuras de orixás. Um pai, que é sargento da PM e evangélico, ficou incomodado e questionou a professora e a diretora sobre a atividade. No dia seguinte, outros policiais foram à escola para interrogar os profissionais sobre o ocorrido.
Na notícia-crime, Valente aponta que as ações dos policiais podem ser caracterizadas como racismo religioso e abuso de autoridade, além de outros crimes como constrangimento ilegal e dano ao patrimônio público. O deputado destaca que a presença dos policiais, sem justificativa legal e motivada por uma denúncia que não se alinha ao currículo escolar, criou um ambiente de medo e constrangimento para crianças e educadores. Ele também ressalta que essa atuação pode violar direitos fundamentais relacionados à educação, proteção da infância e liberdade religiosa.
Para investigar a situação, Valente solicita que sejam analisadas as imagens das câmeras da escola e das câmeras corporais dos policiais. Ele pede que a diretora da escola dependa e que os policiais sejam identificados. Além disso, ele requer que a corregedoria da PM apure as responsabilidades administrativas dos envolvidos. O deputado também menciona a necessidade de reparar danos morais coletivos e cita a possibilidade de responsabilizar o pai da aluna pelo que ocorreu.
Os próximos passos incluem a tramitação da notícia-crime no Ministério Público e a análise das provas solicitadas. A comunidade escolar pode acompanhar o desenrolar desse caso através dos canais oficiais da escola e das redes sociais do Ministério Público.