Recentemente, uma pesquisa do historiador José Moraes dos Santos Neto, realizada no Centro de Memória da Unicamp, trouxe à tona uma nova perspectiva sobre a história do futebol brasileiro. De acordo com os estudos, Miguel do Carmo, um jogador da Ponte Preta, foi o primeiro afrodescendente a entrar em campo no Brasil, em 1900, bem antes de Francisco Carregal, que ficou conhecido por atuar pelo Bangu em 1905. Santos Neto destaca que Miguel, filho de escravizados e nascido livre, participou da fundação do clube em um contexto de igualdade, influenciado pelos ideais anarquistas que circulavam entre os operários da época.
A Ponte Preta, formada na Vila Operária da Companhia Paulista de Estrada de Ferro, se destacou por aceitar jogadores negros, algo incomum no cenário do futebol elitizado do Brasil no início do século XX. Santos Neto explica que, enquanto outros clubes tinham regras que excluíam negros, a Ponte Preta abriu suas portas em meio a um ambiente de luta por igualdade. No entanto, a trajetória de Miguel no futebol foi breve, durando até 1904, quando ele voltou a se dedicar à carreira ferroviária.
A história de Miguel do Carmo ganhou visibilidade internacional após Santos Neto enviar uma carta à FIFA em 2003, revelando sua descoberta. Em resposta, a entidade ressaltou a importância de histórias que promovem a inclusão e combatem a discriminação no esporte. Para quem quer acompanhar as próximas partidas da Ponte Preta e se inteirar sobre a história do clube, é possível acessar a tabela oficial e informações sobre ingressos nos canais de comunicação do clube. A Ponte Preta segue com compromissos importantes na temporada, e a história de Miguel do Carmo se entrelaça com o futuro do futebol, reforçando a importância da diversidade no esporte.