O governador de Goiás, Tarcísio de Freitas, do Republicanos, está tentando convencer ministros do STF a manter Jair Bolsonaro, do PL, em prisão domiciliar. Essa movimentação ocorre após a condenação de Bolsonaro a 27 anos e 3 meses por sua participação na tentativa de golpe de Estado. A articulação é discreta, já que Tarcísio acredita que trabalhar em silêncio é mais eficaz. Apesar de ter criticado o ministro Alexandre de Moraes durante uma manifestação bolsonarista no feriado de 7 de Setembro, aliados de Bolsonaro acreditam que Tarcísio conseguiu melhorar seu relacionamento com a corte.
Em julho, Tarcísio teve uma abordagem que não surtiu efeito. Ele visitou Bolsonaro e, segundo relatos, tentou solicitar o retorno do passaporte do ex-presidente, alegando que isso poderia ajudar a interceder com Donald Trump em relação a questões econômicas. No entanto, os ministros do STF consideraram a ideia estranha. Apesar disso, Tarcísio afirma que nunca fez tal pedido e que a conversa foi apenas uma conversa sobre possíveis ações. A reportagem tentou contato com o governador para comentar suas novas movimentações, mas ele não se manifestou.
Recentemente, um artigo de Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação, destacou que a prisão de Bolsonaro é uma “injustiça que corrói”, gerando comentários entre bolsonaristas sugerindo que Tarcísio deveria ter emitido uma declaração similar. Além disso, uma frase do governador, em que ele afirma que o Brasil precisa “trocar o CEO”, foi mal recebida entre os apoiadores de Bolsonaro, levando alguns a especular que Tarcísio está mirando uma possível candidatura presidencial, mesmo estando oficialmente focado na reeleição em São Paulo. O STF também divulgou recentemente um acórdão que rejeitou o primeiro recurso de Bolsonaro, abrindo espaço para novos recursos. O futuro do ex-presidente em relação ao local de cumprimento de pena ainda está sendo avaliado, com opções como a Penitenciária do Distrito Federal número 1 e o 19º Batalhão de Polícia Militar do Distrito Federal.