Na última segunda-feira (10), a Polícia Federal indiciou o ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, por suspeitas de importunação sexual contra Anielle Franco, atual ministra da Igualdade Racial, e a professora Isabel Rodrigues. O caso foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e, segundo fontes que tiveram acesso ao relatório, as investigações sobre outras vítimas foram consideradas prescritas, ou seja, o Estado não pode mais punir por conta do tempo transcorrido. As penas, se confirmadas, podem chegar a 10 anos de prisão. O processo segue em sigilo sob a relatoria do ministro André Mendonça.
Durante as investigações, Almeida prestou depoimento à Polícia Federal, onde ficou por mais de duas horas esclarecendo os fatos. As denúncias, que chegaram ao público em setembro do ano passado, foram encaminhadas à Organização Me Too e reveladas pelo portal Metrópoles. Desde o início, Almeida nega todas as acusações e, ao se manifestar sobre o caso, afirmou que repudia as alegações, destacando a importância de sua família. A defesa do ex-ministro informou que não teve acesso ao conteúdo do relatório e reafirmou sua inocência.
As acusações incluem relatos de Anielle, que detalhou “abordagens inadequadas” que teriam evoluído para importunação física, e de Isabel, que relatou um episódio ocorrido em 2019, antes de Almeida assumir o ministério, no qual foi tocada sem consentimento. Em resposta, Almeida, em entrevistas, afirmou que as acusações são parte de um ataque político. Após as revelações, o presidente Lula decidiu demitir Almeida, considerando a situação insustentável. Desde então, a pasta dos Direitos Humanos é liderada por Macaé Evaristo.
Para quem quiser acompanhar mais sobre o caso, as sessões do STF estão disponíveis online, e documentos relacionados podem ser consultados no site da corte. O andamento do processo pode incluir novas investigações ou audiências públicas, conforme a tramitação seguir.