Os debates em torno do PL Antifacção continuam intensos na Câmara dos Deputados, mesmo após o relator, deputado Guilherme Derrite (PP-SP), apresentar a quarta versão do texto. O secretário nacional de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Marivaldo Pereira, criticou a abordagem do relator, que, apesar das mudanças desde a primeira versão, ainda apresenta problemas significativos. A proposta, que busca endurecer penas e melhorar investigações contra organizações criminosas, foi enviada após uma operação no Rio de Janeiro que resultou em 121 mortes.
Marivaldo aponta que a nova redação do projeto não ataca a raiz do problema, que é o financiamento das organizações criminosas. Ele defende que, para combater efetivamente essas facções, é preciso punir de maneira mais rigorosa quem está no comando, em vez de apenas focar na base. Segundo ele, a falta de diálogo entre Derrite e o governo resultou em um texto que pode desestabilizar a estrutura atual de combate ao crime, criando normas conflitantes que dificultariam investigações e ações penais.
O PL Antifacção deveria ser votado esta semana, mas tanto o Executivo quanto alguns governadores solicitaram mais tempo para analisar a proposta. Com isso, o presidente da Câmara, Hugo Motta, adiou a votação para a próxima terça-feira, dia 18. Para quem quer acompanhar o andamento da discussão, as sessões são transmitidas ao vivo, e é possível acessar documentos e informações sobre o projeto no site da Câmara. Além disso, canais de denúncia podem ser utilizados para reportar preocupações sobre as implicações do projeto.
Os próximos passos incluem a tramitação do projeto e possíveis audiências públicas para ouvir a população e especialistas sobre o tema, com o objetivo de aprimorar a proposta antes da votação definitiva.