O TCU (Tribunal de Contas da União) começou uma investigação sobre um possível esquema de fraude em um contrato de patrocínio de R$ 7 milhões entre a Petrobras e a FPF (Federação Paulista de Futebol). O caso foi protocolado no dia 22 de outubro e envolve o presidente da FPF, Reinaldo Carneiro Bastos, e os vice-presidentes Mauro Silva e Fernando Solleiro. A denúncia partiu de Joel dos Passos Mello, advogado e auditor do Tribunal de Justiça Desportiva da FPF, que alega que o contrato, que abrange o Paulistão Feminino, a Copinha Feminina e a Copa Paulista, estaria em desacordo com a Lei Geral do Esporte (Lei nº 14.597/2023).

De acordo com a denúncia, a FPF alterou seu estatuto em janeiro de 2023, permitindo três reeleições consecutivas para o presidente, o que a tornaria inelegível para receber recursos públicos. Essa mudança teria sido feita em uma assembleia sem a devida divulgação. O advogado afirma que a Petrobras pode não ter sido informada sobre essa alteração importante. Ele destaca que há indícios de que a estatal foi enganada em relação à legalidade do convênio. A FPF, em resposta, defendeu que a parceria com a Petrobras foi aprovada após análise rigorosa e a classificou como infundada, sugerindo que a denúncia surge em um momento político delicado.

A Petrobras, por sua vez, afirmou que o patrocínio ao futebol feminino respeitou todas as diretrizes de governança e que a parceria está alinhada à sua estratégia de apoio ao esporte. O contrato em questão é o segundo entre a Petrobras e a FPF, com o primeiro firmado em 2024 por R$ 6 milhões. O novo contrato, assinado em maio de 2025, ampliou o valor e a duração da parceria até maio de 2026. O TCU ainda está na fase inicial do processo, que permanece sob sigilo.