Na madrugada desta segunda-feira (3), Clara Charf, ativista e viúva do guerrilheiro Carlos Marighella, faleceu aos 100 anos em um hospital de São Paulo, segundo informações da diretora-executiva da Associação Mulheres pela Paz, Vera Vieira. O velório está agendado para hoje, das 18h às 21h, no Cemitério São Paulo, em Pinheiros, e o corpo será cremado no Crematório da Vila Alpina.
Com uma trajetória marcada por sua luta pelos direitos humanos e das mulheres, Clara Charf nasceu em Maceió em 1925 e foi membro do PCB, onde conheceu Marighella. Após o golpe militar de 1964, ela viveu na clandestinidade e fez parte da Ação Libertadora Nacional (ALN), um grupo de resistência armada. Após a morte de Marighella em 1969, Clara se exilou em Cuba, retornando ao Brasil em 1979 com a Lei de Anistia e se filiando ao PT. Ela também foi uma das fundadoras da Associação Mulheres pela Paz, que buscou reconhecer o trabalho de mulheres brasileiras, incluindo uma indicação coletiva ao Prêmio Nobel da Paz em 2005.
Várias figuras públicas se manifestaram sobre a perda de Clara, como Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, que a considerou uma grande referência política. O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) a descreveu como gentil e corajosa, destacando seus 100 anos de luta por justiça social. O jornalista Mário Magalhães, autor da biografia de Marighella, ressaltou a generosidade e a coragem de Clara, enquanto Fernanda Pompeu, da Associação Mulheres pela Paz, afirmou que sua vida deixa um legado indelével.
Para quem deseja acompanhar a repercussão das homenagens e a história de Clara Charf, recomenda-se seguir as redes sociais da Associação Mulheres pela Paz e outros canais de denúncias sobre direitos humanos. Além disso, documentos e informações sobre sua trajetória podem ser acessados em sites de história e cultura brasileira.